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terça-feira, 7 de junho de 2011

Amontoam-se palavras soltas
no espaço infinito das folhas do meu caderno,
pairo na dormência da inspiração.

Lanço ao ar os dados deste jogo
que me impus e espero que
as suas pintas me ditem devaneios ao ouvido.

Contemplo a Lua
estranhamente calada
e no brilho das estrelas que riscam
o céu procuro uma centelha de imaginação.

Vasculho na nostalgia da noite escura
uma ideia mais audaz,
que me permita soltar
os desejos e entregar à caneta,
os momentos que fervilham
no quarto escondido das minhas loucuras.


Atraso o relógio, acrescendo dias que não existem
ao calendário das minhas fantasias, e sento-me,
na indecisão de permitir que o tempo
escreva a minha história,
com as memórias que ainda não vivi.


Sem a bússola que me orienta o discernimento,
enleiam-se o passado, o presente e o futuro,
entrelaçam-se nas minhas mãos perdidas e sem norte,
os dedos paralisam na apatia deste momento devoluto de sonhos.

Sinto-me ausente de mim...
hoje não escrevo...
mais!!!

Helena Correia

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