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segunda-feira, 30 de maio de 2011
sábado, 28 de maio de 2011
sexta-feira, 27 de maio de 2011

Meus amigos são todos assim:
metade loucura,
outra metade santidade.
Escolho-os não pela pele,
mas pela pupila,
que tem que ter
brilho questionador e
tonalidade inquietante.
Escolho meus amigos
pela cara lavada
e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo,
quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto,
não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim:
metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis,
nem choros piedosos.
Quero amigos sérios,
daqueles que fazem da
realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que
a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos,
nem chatos.
Quero-os metade infância
e outra metade velhice.
Crianças, para que
não esqueçam o valor do vento no rosto,
e velhos, para que
nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou,
pois vendo-os loucos e santos,
bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que
a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril
Fernando Pessoa
quinta-feira, 26 de maio de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011

Não foi à toa que
Adélia Prado disse que "erótica é a alma".
Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo.
O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele.
A erótica não caminha
segundo as direções da carne.
Ela vive nos interstícios das palavras.
Não existe amor que resista
a um corpo vazio de fantasias.
Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma.
Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende
casar:
" Continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a 30 anos?"
Rubem Alves
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